Chuva negra , nome temporario, parte I

O céu estava escuro, eu ate pensei em correr mas nos primeiros 100 metros as primeiras gotas me atingiram, tive que correr pra um estacionamento subterrâneo de um supermercado, era domingo por volta das 6, não tinha muita gente fazendo compras pra minha sorte, assim ninguém ia achar que eu era um guardador de carro no estacionamento do mercado mas também se achassem eu não os culparia, eu estava usando uma bermuda que já devia ter mais de 4 anos de idade e uma camiseta de promoção de sabão, não tem porque se vestir bem na academia certo?.

Eu esperei ali por cerca de 15 minutos, então resolvi subir a rampa de acesso pela qual desci e checar se a chuva havia ao menos diminuído, e enquanto caminhava o barulho das gotas mudou, parecia mais pesado e menos constante, não parecia com o barulho de chuva e sim com o de bolas caindo na telha, logo imaginei que fosse granizo e acelerei meu passo já que sempre gostei de ver as ruas cobertas de pedrinhas de gelo e de ve-las quicando no asfalto mas quando cheguei no fim da rampa não foi bem granizo que vi caindo do céu.

A chuva que eu vi não se parecia com nada que eu havia ouvido falar, as gotas eram negras e pareciam ter um peso diferente da água, na verdade elas eram mais densas mais pastosas do que liquida isso explicava o barulho estranho, fiquei ali tentando entender oque poderia ser aquilo e ao mesmo tempo imaginando que devia ser assim que as focas se sentem no mar quando um petroleiro vira, incapaz de chegar a qualquer conclusão fui voltei para o estacionamento do mercado e subi as escadas que davam para a ala principal, com certeza as outras pessoas estariam comentando sobre a chuva também.

Ao subir as escadas ainda tentando entender aquela chuva estranha eu escutei barulhos de freadas na rua, todos deviam estar curiosos e intrigados com aquele fenômeno, conhecendo bem a minha espécie não ia demorar muito pra alguém achar que era o fim do mundo e começar a pensar em fazer besteira, cheguei ao fim da escada e procurei alguém, como era de se esperar estavam todos na porta de entrada cochichando boquiabertos com a mesma cara que eu provavelmente fiz quando vi a chuva do estacionamento, resolvi me aproximar e participar da fofoca e ver se alguém ali tinha conhecimento suficiente pra explicar oque era aquilo e o mais importante, o porque.